O Manchester City, assim como grande parte dos times ingleses, tem um escudo que guarda uma série de significados históricos por trás dos seus elementos. Em 126 anos, os citizens tiveram 5 emblemas. O primeiro foi o brasão de armas da cidade de Manchester e não tinha algo específico que remetesse ao clube.
Quando decidiram pela criação de um distintivo único na década de 60, os itens centrais do brasão foram utilizados, como o barco e o mar, que fazem referência ao forte comércio marítimo da cidade, o fundo vermelho e as faixas amarelas em diagonal, representando os rios Medlock, Irwell e Irk, os mais importantes de Manchester.
Um detalhe se destacava aos olhos dos torcedores: o vermelho do arquirrival United. Isso só mudou 7 anos depois, quando uma alteração foi feita para substituir a representação dos rios pela Rosa vermelha de Lancashire.
A nova figura também possui raízes históricas. Manchester cresceu como uma das cidades do condado de Lancashire, cujo brasão desde os tempos da família real era uma rosa vermelha. Criado em 1182, o condado existe até hoje no noroeste da Inglaterra, mas tem organizações políticas e econômicas diferentes. A flor é muito comum no país e também pode ser vista no escudo do Blackburn Rovers e no da Seleção Inglesa de Rugby.
Em 1997, o City criou um dos emblemas mais icônicos do futebol mundial. Os elementos centrais foram mantidos e as faixas diagonais voltaram, mas a forma circular deixou de existir e uma imponente águia dourada foi adicionada, além da faixa “Superbia In Proelio” (orgulho na batalha).O nome do clube foi reduzido à sua sigla.
Com esse escudo na camisa, os citizens foram campeões da Premier League no último minuto com um gol do ídolo Agüero.
A última mudança aconteceu recentemente, em 2016, e trouxe de volta o modelo que surgiu nos anos 70. Além da modernização, as grandes diferenças estão no nome, que foi reduzido e reposicionado, e no acréscimo da data de fundação.
O azul, sempre em destaque nos símbolos e uniformes do clube, inspirou a fanática torcida a adotar, na temporada 89/90, a música Blue Moon, composta por Richard Rodgers e Lorenz Hart e gravada por artistas como Elvis Presley, como hino das arquibancadas. A música, que tem uma letra considerada triste, foi assumida em uma década difícil onde o clube foi rebaixado duas vezes. Já no gosto da torcida, o Manchester City usou a canção para criar o planeta Blue Moon, local de nascimento de “Moonchester” e “Moonbeam”, casal de aliens que são mascotes oficiais -os dois fazem a alegria das crianças que vão ao Etihad Stadium.
Acusado de não ter tradição, principalmente por causa dos investimentos bilionários que faz na montagem de super times, o City parece querer mostrar, através do escudo, que sua história é longa e merece ser valorizada.