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22 de mar. de 2023

Qual é o time mais caro de acompanhar no futebol brasileiro?

Quanto custa um jogo de futebol no Brasil? Isso varia, mas o consenso é de que é caro. Qual o clube mais popular do nosso país? E o mais exclusivo? Bom, tá tudo aqui.

por

Artur Magalhães

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“O Vasco não é playground de playboy”.


Essa frase é uma das mensagens presentes na nota de repúdio da Força Jovem, publicada nesta semana. A nota condena os preços praticados pelo clube no jogo contra o ABC, pela segunda fase da Copa do Brasil, onde o setor “arquibancada”, o mais barato do estádio, está saindo por R$ 150. Várias outras organizadas do clube ainda confirmaram a sua ausência na partida. Um gesto de protesto.


Também esse ano, em janeiro, as organizadas do Corinthians se movimentaram nas ruas e no estádio e protestaram contra o mesmo problema: os preços abusivos. Não é de hoje que a elitização do futebol vem sendo debatida, e parece que a cada dia ela só aumenta.


VINICIUS BAADEE/MEIA CANCHA FC

Em 2022, a empresa Pluri Consultoria fez um levantamento sobre o preço médio dos ingressos para frequentar os estádios do país. O cálculo foi feito a partir da divisão entre a renda bruta e o público pagante de cada partida, e o resultado é alarmante para quem luta por um futebol mais popular. O preço médio do ingresso na temporada 2022 do futebol brasileiro foi o segundo maior da história: R$ 38,31. O valor só é inferior ao da incomum temporada 2021 (R$ 44,32), que teve um público reduzido nos estádios devido à pandemia da covid-19.


A pesquisa também aponta quais foram os clubes mais caros de acompanhar em 2022, isso é, que tiveram o maior preço médio nos ingressos da temporada. Os primeiros lugares podem ser surpreendentes para alguns, mas há uma explicação lógica. O clube que teve o ingresso mais caro foi o Altos, do Piauí, com um preço médio de R$ 118,29. Na sequência vem a Juazeirense, da Bahia, com R$76,39.


REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

A presença dos dois clubes no topo pode ser explicada pelos poucos e pontuais jogos que tiveram uma alta demanda de público. O Altos, por exemplo, enfrentou o Flamengo na Copa do Brasil e cobrou R$ 145,60 em média por ingresso. A Juazeirense, por sua vez, enfrentou Palmeiras e Vasco também na competição e deu essa incrementada na arrecadação.


Depois dos dois, Corinthians (R$ 68,45), Palmeiras (R$ 67,05) e Flamengo (R$ 59,88) completam a lista de ingressos mais caros do Brasil.


REPRODUÇÃO/GAVIÕES DA FIEL

A Pluri Consultoria, em parceria com a Lance!, ainda listou, considerando apenas Série A e B, os clubes que praticaram os ingressos mais caros na última temporada. Dá uma olhada:


  • Corinthians (36 jogos) - R$ 68,45

  • Palmeiras (37 jogos) - R$ 67,05

  • Flamengo (39 jogos) - R$ 59,88

  • São Paulo (39 jogos) - R$ 53,29

  • Tombense (26 jogos) - R$ 51,06

  • Atlético-MG (34 jogos) - R$ 48,00

  • Inter (30 jogos) - R$ 46,87

  • Cuiabá (32 jogos) - R$ 46,57

  • Grêmio (27 jogos) - R$ 45,61

  • Cruzeiro (28 jogos) - R$ 39,38


Entre o considerado "G12 do futebol brasileiro", o Botafogo foi o clube que teve o ingresso médio mais barato: R$ 22,94. Na sequência estão o Vasco (R$ 32,85), o Santos (R$ 32,91) e o Fluminense (R$ 33,59).


VÍTOR SILVA/BOTAFOGO

Muitos fatores influenciam no preço dos ingressos de cada clube, claro. Aqueles que jogaram a Libertadores, por exemplo, normalmente têm um preço mais elevado, uma vez que a competição é a mais cara de se assistir da arquibancada.


Outro fator é o lugar em que se joga. Seguindo a lógica, as reformas para a Copa do Mundo de 2014 têm um impacto enorme nessa pesquisa. Os estádios "padrão FIFA", que foram projetados para receber o Mundial, têm um custo operacional muito mais alto, além de se proporem a oferecer um "serviço" mais caro: cadeiras, bons restaurantes e até wi-fi. Um futebol verdadeiramente elitizado, gourmet, sem o povo.


A luta por um futebol popular vai no caminho oposto do que querem as federações e até mesmo alguns clubes. A batalha contra os poderosos é difícil, mas o lado que luta -os torcedores- também tem muita força, afinal, quem sustenta esse esporte é a "classe torcedora". Se o torcedor parar, para o futebol.

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