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27 de mar. de 2024

Por que essa foi a maior tragédia dentro de um estádio de futebol

Você já ouviu falar da história do Estádio Nacional do Peru? Em 1964, tudo mudou na história do esporte e do país.

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PELEJA

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O futebol sempre foi um misto de alegria e tristeza. Quando as tragédias acontecem, o mundo inteiro presta homenagens e pausa para refletir. Mas quantas pessoas conhecem a história do maior desastre num estádio de futebol? 


Em 1964, Peru e Argentina duelavam por uma vaga nas Olimpíadas daquele ano. Esse tipo de jogo na época movimentava muito dinheiro e juntava bastante gente nos estádios. O palco da partida decisiva era o mais importante gramado do Peru: o Estadio Nacional. 


O jogo estava morno até a Argentina fazer 1x0. A partir daí, a tensão consumia os torcedores locais. No segundo tempo, finalmente o gol de empate aos 39 minutos. Porém, anulado pelo árbitro uruguaio. Indignado com a marcação, um torcedor peruano invade o campo e tenta agredir o juiz. A polícia chegou a prender o invasor, mas não contava com o que viria em seguida: dezenas de torcedores começaram a entrar no gramado com o mesmo intuito de bater no árbitro. Virou um cenário de guerra.


Quanto mais os policiais usavam a força, mais a torcida ia pra cima. Bombas da polícia foram jogadas nas arquibancadas, e os cachorros das autoridades corriam em direção ao público. Ninguém acreditava no que estava acontecendo, já que esse tipo de confusão era raridade na década de 60.


A polícia usou a força para retirar os torcedores do campo. Foto: Instituto do Esporte Peruano.

“Ordenei que jogassem algumas bombas. Mas nunca imaginei consequências tão sérias.” - disse Jorge de Azambuja, comandante da polícia peruana na época. Sete anos mais tarde, ele seria tido como o principal culpado pelo ocorrido. 


Mais de 47 mil pessoas corriam de um lado para o outro. Alguns queriam briga, outros só queriam fugir dessa briga. Na tentativa de escapar do confronto, a torcida se deparou com portões trancados. 


Na época, não se havia o preparo necessário ou leis que garantissem a total segurança do público. Morreram 312 pessoas, sendo muitas pisoteadas. É o maior número de mortos da história num jogo de futebol. O estádio foi tido por muito tempo como palco do azar, e demorou para cicatrizar a tristeza de quem frequentava o local.


“Comoção mundial pela tragédia de Lima”. Foto: reprodução.

Outra tragédia parecida, a de Hillsborough, é sempre lembrada com muitas homenagens principalmente do Liverpool, já que 96 torcedores foram mortos numa superlotação em Sheffield. No Peru, o número de vítimas fatais foi 3 vezes maior. 


Torcedores se penduraram nas arquibancadas do Hillsborough. Foto: Reprodução

O fato é sempre lembrado com respeito pelos peruanos, mas, na América do Sul em geral, poucos sabem ou fazem questão de prestar homenagens. Que a história sempre seja lembrada, para que esteja viva a memória dessas mais de 300 pessoas que não voltaram para casa naquele dia.



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