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19 de abr. de 2023
Os estádios que estarão debaixo d'água até 2050
A questão ambiental tem sido o principal assunto do momento na mídia internacional e o grande tema de debate da geopolítica mundial. As mudanças climáticas estão aí e impactam toda a sociedade, incluindo, claro, o futebol.
por
Artur Magalhães
O Stamford Bridge é, sem dúvidas, um dos mais importantes estádios da Inglaterra e da Europa. O templo que é a casa do Chelsea já recebeu final de Champions League, tem uma grande trajetória histórica e comporta hoje mais de 40 mil torcedores. Mas, além de tudo isso, o que você provavelmente não sabe é que em 30 anos ele não deve nem existir mais. Ou pelo menos não da mesma forma. Segundo cientistas, esse é um dos vários estádios do Reino Unido que estarão debaixo d’água até 2050.
O motivo dessa previsão é um dos temas mais abordados da geração na geopolítica e na mídia internacional: as mudanças climáticas.
Segundo um relatório divulgado pela Sky Sports em 2022, além do campo do Chelsea, o London Stadium, casa do West Ham, o Craven Cottage, do Fulham, e Carrow Road, do Norwich City, devem estar submersos em um futuro muito próximo. Isso porque grande parte do Reino Unido passará por um grave risco de inundação nos próximos 30 anos devido ao aumento do nível do mar, ocasionado pelo aquecimento global, pelos derretimentos das calotas polares e por outras situações de desequilíbrio ambiental.
ALGUNS ESTÁDIOS INGLESES SOFRERÃO COM INUNDAÇÕES NAS PRÓXIMAS DÉCADAS. REPRODUÇÃO/EXPRESS
Segundo um relatório da grande rede de organizações internacionais Rapid Transition Alliance, aproximadamente 1 em cada 4 dos 92 campos profissionais e federados do futebol inglês podem ter inundações parciais ou totais durante o período. Segundo essa pesquisa, o St Mary's Stadium, do Southampton, é outro estádio que corre enorme risco de alagamento. Atualmente, Southampton é a maior cidade portuária da Inglaterra e deve ser uma das que mais sofrerá com essas mudanças climáticas dos próximos anos.
CAMPO ENXARCADO NA EUROCOPA FEMININA. MIKE EGERTON/EMPICS SPORT
Recentemente, David Goldblatt, um dos especialistas em mudanças climáticas da Rapid Transition Alliance, defendeu e alertou que o futebol pode enfrentar, em breve, os impactos mais severos dos desastres ambientais. Em resposta, a Federação Inglesa (FA) emitiu uma nota oficial comentando a previsão:
“A crise climática é uma das questões mais discutidas do nosso tempo. No ritmo atual, a mudança climática terá um impacto de amplo alcance em todos nós. [...] No futebol, já estamos vendo partidas afetadas devido ao clima extremo – principalmente em nossas categorias de base. Essa é uma verdadeira crise climática. Não estamos falando de algumas poças no campo, estamos falando de mais de 1,5 metro de água – o que significa que não haverá futebol”.
CAMPO DO CARLISLE UNITED INUNDADO. OLI SCARFF/AFP/GETTY
Mesmo com todos os dados e pesquisas, uma apuração do portal inglês LADnation apontou que só 1 em cada 4 torcedores acreditam que as mudanças climáticas terão impactos significativos no futebol, o que deixa tudo ainda mais preocupante.